28 de fev. de 2008

ad aeternum

"Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas.
Ela acende, sem a gente esperar, apaga.
Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar.
Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar,
sem motivo aparente.
Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista.
Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível.
Mas e eu?
Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?"
O limite branco - Caio Fernando Abreu

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