e minha vida meio que se resume a tentar prever quando as pessoas vão descobrir isso.
eu enfio os pés pelas mãos. o tempo todo.
eu falo demais, coisas que não deveria. coisas que não poderia.
eu mudo de humor, de planos, de lugares, de comidas. as pessoas se mudam de mim.
eu
trapaceio nas minhas próprias regras. eu faço a mesma coisa esperando
resultados diferentes. eu sou a maliciosa mais ingênua do universo.
eu
saio da euforia para a melancolia sem escalas perceptíveis. e choro de
emoção, raiva, tristeza, arrependimento, culpa, alegria, decepção e ciúmes sem
nunca saber direito onde termina um e começa o outro.
eu
sou meio azeda, às vezes. eu gosto de uma boa briga quase tanto quanto
gosto de reconciliações. e gosto de pessoas que briguem comigo e me
coloquem no meu lugar, porque raramente sei que lugar é esse.
eu
vejo algumas coisas com uma certeza cristalina e insisto nelas porque
sei do que estou falando, por mais insano que pareça. eu pergunto pouco
mas observo muito. eu intimido as pessoas com a minha veemência e
atropelo o bom senso, as convenções, o tempo alheio. eu sou ansiosa e
coloco tudo a perder. eu não sei cativar. eu perco batalhas que já
estavam ganhas.
eu estou à deriva e acho que só não afundei ainda por pirraça.
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