15 de dez. de 2008

Normalmente eu venho a pé, porque é mais instigante, acorda o corpo e os sentidos, é bom para o planeta, para o meu corpo e para o meu bolso neste findeano de vacas magras. Mas hj acordei com o barulho da chuva e desejei ardentemente ser a felizarda que ganhou na mega sena e não precisar sair de casa no meio do temporal na segunda de manhã. Vim de ônibus, o que acabou se revelando a mesma molhaceira que se tivesse vindo a pé... e muito menos divertido. Enfim, passarei o resto da manhã de meias no trabalho, até que os sapatos desafoguem um pouco. E as pessoas do meu andar continuarão a ter motivos para me considerar uma pessoa estranha e eu continuarei a não me importar, a fazer perguntas irritantes quando elas contam estórias imbecis, e dizer não quando eu não tiver vontade de fazer o que elas me pedem, a não falar com quem eu não gosto. Só que agora tem uma novidadenova; me nego a brigar. Pra quê? Passei a vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. O que eu quero mesmo, de verdade, do fundo do meu coração, que chegue logo as oito da noite prá me encontar com metade de um "lex" e esquecer, apagar, dormir, descansar, não pensar, não sentir, não ser.

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