31 de jul. de 2009
29 de jul. de 2009
28 de jul. de 2009
Ferreira Gullar
Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena
como é azul o oceano
e a lagoa, serena
como um tempo de alegria
por trás do terror me acena
e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.
27 de jul. de 2009
desdenhosamente define...
-"não falaria em gastá-lo como se fosse uma coisa. Ele é uma pessoa."
-"Eu não sei o que você está dizendo", disse Alice.
-"Claro que não!", o Chapeleiro disse, sacudindo a cabeça desdenhosamente.
-"É muito provável que você nunca tenha falado com o Tempo!"
-"Talvez não", Alice replicou cautelosamente,
-"mas eu sei que tenho que marcar o tempo quando aprendo música."
"Ah! Isso explica", concluiu o Chapeleiro.
-"Ele não vai ficar marcando compasso para você. Agora, se você ficar numa boa com ele, poderá fazer o que quiser com o relógio. Por exemplo, suponha que são nove horas da manhã, bem a hora de começar a fazer as lições de casa, você apenas tem que insinuar no ouvido do Tempo e o ponteiro dá uma virada num piscar de olhos! Uma e meia, hora do almoço!"
-("Eu queria que fosse", a Lebre de Março disse para si mesma num sussurro.)
-"Isso seria ótimo, com certeza", disse Alice pensativamente;
-"mas então...eu poderia ainda não estar com fome, você sabe."
-"A princípio não, talvez", retomou o Chapeleiro,
-"mas você poderia ficar na uma e meia da tarde tanto tempo quanto você quisesse."
-"É assim que você faz?", perguntou Alice.
O Chapeleiro balançou a cabeça com ar de lamento.
-"Eu não", ele replicou.
-"Eu e o Tempo tivemos uma disputa março passado...um pouco antes dela enlouquecer, você sabe..."( apontando a Lebre de Março com a colher de chá)
26 de jul. de 2009
22 de jul. de 2009
21 de jul. de 2009
Filhote
- Mais ou menos...
- E aí, como é que são as pessoas do meu signo?
- Sensíveis e um pouco dramáticas...
- Pô aí me quebrou. Mas dá um exemplo?
- Pessoas do seu signo: - Diós, como suefro nesta vida! Nadie me entiende, voy a matarme!
- Hahahahahahahaha... não chora... hahahahahahaha...
16 de jul. de 2009
15 de jul. de 2009
Pelo tri do Cruzeiro
Juca Kfouri
O CRUZEIRO joga nesta quarta-feira aquela que pode ser a segunda partida mais importante de sua temporada neste 2009.
Porque, se tudo der certo, a mais importante deverá ser disputada na decisão do Mundial de Clubes da Fifa.
Mundial que o time celeste ainda não tem, embora já tenha duas Libertadores, a primeira vencida com um belo time, em 1976, em três inesquecíveis jogos com o River Plate.
A segunda, em 1997, já não foi com nenhum time dos sonhos, porque futebol é assim mesmo.
O grande Cruzeiro de todos os tempos, aquele de Tostão e Dirceu Lopes, não ganhou a Libertadores.
Duas Libertadores da América também têm, no país, o Santos e o Grêmio, mas três só o São Paulo.
Que nesta quarta-feira num Mineirão lotado e, sobretudo, solidário, o espírito de Raul Plassmann e Dida permaneça inspirando os milagres de Fábio.
Que Jairzinho ilumine Wagner; que Joãozinho encarne em Ramires e que Marquinhos Paraná tenha a assistência de Nelinho, assim como Palhinha se faça presente na cabeça de Kléber.
Porque Adílson Batista sabe o suficiente de seus antecessores campeões sul-americanos, dois senhores técnicos, Zezé Moreira e Paulo Autuori, e está à altura deles.
Uma vitória cruzeirense e o time estrelado já será o time do ano no Brasil, independentemente do que vier a acontecer de hoje para frente.
O argentino Estudiantes merece todo o respeito do mundo, mas o Cruzeiro é melhor.
13 de jul. de 2009
12 de jul. de 2009
Leia!
Folha de São Paulo, 07/01/92
Arnaldo Antunes
Muita estupidez e preconceito se têm lido nas páginas dos jornais, seja na opinião dos próprios jornalistas, seja na declaração de pessoas do meio artístico musical, tendo por objeto a cor da pele de Michael Jackson.
Não quero falar aqui da sua música, que continua exercendo o caminho natural de sua genialidade; nem do espaço poderoso que ela ocupa no mundo todo. Quero falar da clareza de Michael Jackson. Mesmo que para isso eu tenha de aceitar a condição da imprensa em geral, que tomou essa questão como um escudo para não comentar com o devido respeito seu último disco.
Michael Jackson teve a pele negra. Ficou mulato em Thriller, clareou mais em Bad e agora aparece completamente branco em Dangerous. O mal-estar que isso vem causando é assustador, nessa beirada do ano 2000. Que ele "negou a sua raça", "se corrompeu", "virou um monstro", entre ofensas piores.
O pior ataque dessa onda se leu numa matéria assinada por Sérgio Sá Leitão, na seção denominada "Fique por dentro" (?), no Folhateen de 9/12/91, que, além de desprezar sem nenhum fundamento Dangerous ("O fundamental em Michael Jackson já não é mais a música — como o era na época de Thriller, seu álbum-emblema") e lamentar a mudança de cor enquanto perda de identidade ("Com sua identidade diluída, falta também a Michael Jackson a legitimidade indispensável a qualquer astro da cultura pop"), começa (na manchete) e termina (na conclusão da matéria) com uma frase de efeito de uma agressividade despropositada: "Michael Jackson é o eunuco do pop". Tendo-se em conta a potência que ele representa, não apenas em seu som, mas também como fenômeno de massas no planeta, tal inversão só pode ser interpretada como fruto de ódio. Parece a indignação de um membro da Ku Klux Klan defendendo a pureza racial ameaçada por esse branco que não nasceu branco.
Brancos sempre puderam parecer mulatos, bronzear-se ao sol ou em lâmpadas específicas para esse fim, fazer permanente para endurecer os cabelos. Tudo isso visto com naturalidade e simpatia. Tatuagem, que é uma técnica predominantemente usada por brancos, pode. Até mesmo aquela caricatura do Al Johnson era vista com graça. Agora, o negro Michael Jackson entregar seu corpo à transcendência da barreira racial desperta revolta, reações de protesto e aversão.
O espaço da ficção é permissivo. Todo mundo acha bacana Raul Seixas haver cantado "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante", ou haver existido uma banda chamada "Mutantes". Há um consenso na aceitação da promiscuidade racial de Macunaíma, como traço característico de nossa identidade antropológica. Agora, quando adentramos o campo da vida real as máscaras moralistas, racistas, preservacionistas da estagnação se mostram, contra a liberdade individual de se fazer o que quiser da própria pele.
É que Michael Jackson é um Macunaíma ao avesso. Se o anti-herói de Mário de Andrade faz de si a parábola da gênese das diferenças raciais no espaço ficcional, Michael Jackson representa, em carne e osso, a abolição dessas fronteiras. Mas parece que, mais de cem anos depois, o Brasil ainda não está preparado para aceitar a Abolição.
Os negros que estão condenando a mutação de Michael Jackson, insinuando ser ela fruto de inveja de uma suposta condição dos brancos, acabam na verdade chegando a um veredito semelhante ao do racismo branco que diz: "Como esse negro se atreve a usar a minha cor em sua pele?" Michael Jackson continua cantando com o mesmo swing de quando tinha a pele preta, e dançando cada vez mais lindamente aquela dança que influenciou milhares de negros no mundo inteiro. Ele ostenta a pele clara como quem diz "eu posso". E canta: "I'm not going to spend my life being a color". E faz de seu corpo a prova de que a questão racial vai muito além da cor da pele.
O corpo é para usar. O corpo é para ser usado. Michael Jackson está colocando seu corpo a serviço de um tempo em que a pessoa valha antes das raças, e o planeta antes das nações. Não se trata de extinguir as diferenças, mas de fundar radicalmente a possibilidade de trânsito entre elas. A miscigenação que se fez aqui (nesse país onde todos somos um pouco mulatos ou mamelucos), diacronicamente, durante séculos, faz-se sincronicamente nele.
Michael Jackson é preto e é branco. Não fala em nome de uma raça ou casta, mas encarna em si a diferença. Não é mais americano porque é do mundo todo ("Protection/for gangs, clubs,/ and nations/ causing grief in/ human relations/ It's a turf war/ On a global scale/ I'd rather hear both sides/ of the tale", canta em Black or White). O incômodo está justamente nesse exercício de liberdade. Ele não precisa explicar nada. As respostas estão todas na sua cara. Ou naquelas caras tão diferentes se transformando umas nas outras, no clip de Black or White.
"...Eu me tomo as estrelas e a lua. Eu me tomo o amante e o amado. Eu me tomo o vencedor e o vencido. Eu me tomo o senhor e o escravo. Eu me tomo o cantor e a canção. Eu me tomo o conhecedor e o conhecido... Eu continuo dançando... e dançando... e dançando, até que haja apenas... a dança" (Michael Jackson, em The Dance).
11 de jul. de 2009
9 de jul. de 2009
Te amo, porra. by Patricia
Um dia, espero não me incomodar tanto com as pessoas que ficam em cima do muro, não se movem, não atrapalham, mas também não ajudam. Esse povo, discípulo de Miss Suiça, tem orgulho em dizer "sou reservado" ou "sou diplomático".
MEU CU! MIL VEZES MEU CU EM CHAMAS!
Realmente espero que chegue o dia em que isso não me incomode tanto, porque é aquela coisa, estamos falando de seres humanos que cruzam os braços, e olha, não falo sobre cruzar os braços para fome na África, eu falo sobre cruzar os braços para quem está ao seu lado só precisando de um conforto. Do mesmo naipe de "desculpa, mas eu não vou me meter" = "desculpa, você tá aí quase despencando do precipício, mas não julgo de BOM TOM te ajudar, porque sabe como é, sou muito na minha".
?
Em uma palavra? MORRA.
Uma vez me disseram que os em-cima-do-muro sobrevivem. Nós, os extremistas, morremos cedo. Prefiro morrer cedo, fazer o que eu quero e falar o que eu quero, do que viver uma vida inteira sendo um merda.
O foda é que a gente reclama e ainda fica com fama de radical, "nossa, ele te adora, não sei por que tanta raiva". Não é raiva, é nojo de quem não se move. Abraços.
8 de jul. de 2009
Air France teu sobrenome é falsidade...
7 de jul. de 2009
Exclusividade, não trabalhamos.
* é ridículo alguém ter o sobrenome "Picanha não sei das quantas". Tipo, filiação: Luiz Alcatra e Joana Contra Filé.
Curto
É assim, às vezes eu dou uma pirada, surto e daí radicalizo. Tipo compro uma coisa totalmente fora do que eu uso normalmente. Tipo um acessório/sapato/roupa de oncinha (quem me conhece vai rir...), nada a ver comigo, mas na hora acho o máximo e tal... só que não uso nunca, fica lá no armário mofando até eu dar ou trocar com alguém.
Agora resolvi radicalizar na tpm... cheguei no salão e mandei cortar o cabelo muiiiiiito curto. A bee que me atende ainda perguntou várias vezes se eu tinha certeza. E eu calma, fria, impassível - tenho. Ninguém acreditava, o cabelo tava comprido como nunca antes. A bee indecisa e eu, - corta logo, ainda vou fazer a patinha...
6 de jul. de 2009
5 de jul. de 2009
Fala Bial...
Já você, atura seu chefe chato no seu emprego de auxiliar de estocagem por amor à empresa né?
4 de jul. de 2009
Desviver para trás, dia por dia
Ihhhhhhhhh...
3 de jul. de 2009
2 de jul. de 2009
Momento mulherzinha do dia...
Pi: A Graça,
Considere a beleza e busque-a em si e nos outros. Ainda que a beleza não seja tudo, mas um simples ornamento, a sua contemplação pode ser útil para que você reencontre a alegria e otimismo ainda que passageiros e efêmeros. Coloque em destaque a sua beleza e admire a graça alheia.
Enigmas da humanidade ou minha falta de tato...
- Terminei...
- Ôooo... parabéns! Finalmente né? Rsrsrsrsrsrsrsrs...
- Terminei o namoro, não a tese.
- Putz, desculpa, foi mal...
- Vc tá muito triste?
- Tem como não ficar?
- Mas vc vivia reclamando que tava ruím, que vc não tava feliz com ela.
- Mesmo assim tô triste.
- Tipo tava ruím, mas vc tava acostumado.
- Pára de me criticar, tô sofrendo.
- Tá bom, quer beber?
1 de jul. de 2009
Sessão nostalgia do dia
- Fala comigo... desabafa comigo...
- Aqui, tem mais um...
- Tô aqui com você...
Não, não tinha como não amar... não tinha outra opção.