14 de mai. de 2009

Desabafo...

Literatura é sagrado pra mim, como religião, futebol ou comida é para outros. A ponto de me fazer querer estudar, conhecer e entender cada vez mais sobre. Teoria da literatura sempre me fez querer mais, apesar de "teoricamente" minha praia ser outra. Mas tem uma coisa que me irrita muito, não na TL, mas nas pessoas da área, é que hoje em dia é pecado mortal, mal visto, pior do que ser parente do Daniel Dantas, vc dizer categoricamente, que não gostou de algum livro do que eles chamam "ícones"da literatura moderna, contemporânea ou o diabo a quatro... não se pode mais dizer simplesmente - não, não gostei "deste" livro do Saramago ( e olha que eu amei quase todos) ou - não, não gostei deste livro do Lobo Antunes. Vixe! Pode não... aí é um tal de "encontrar a chave para avaliar um romance". Aquilo que lemos e achamos ruim deve se manter em suspenso até que analisemos cada um dos muitos aspectos sobre o que diz a tradição literária, o momento histórico em que foi concebida a obra, o que permeia a vida do autor, etc. Pau no cu, gosto ou não e pronto, apesar de todas as considerações sobre toda a obra do cara. Gostei por exemplo do "Os cus de Judas" e não gostei quase nada desse "Ontem não te vi em Babilônia". Pronto, simples assim. Mas agora somos involuntariamente, movidos a amenizar nossas críticas, relativizar nossas impressões negativas. É preciso defender essa necessidade de julgamentos mais incisivos, julgamentos que normalmente levam a algum esclarecimento. Porque o que realmente importa é que, como leitores, sejamos sempre fiéis a nós mesmos.

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