30 de mar. de 2010
24 de mar. de 2010
Caraívas-BA...
meu lugar no mundo, eu descobri cedo, logo que cheguei.o sentimento é como aquele amor descoberto aos poucos, mas ali, foi de cara.eu soube imediatamente. apesar de ter que pegar avião, ônibus, táxi, balsa, táxi... não tem energia elétrica o tempo todo, a internet é a rádio e temperamental. mas é lá...eu sempre soube... é ali.e agora é real, eu vou viver lá um dia. o espaço, agora está lá, reservado pra mim... e para os queridos, sempre!!e tem até o poema para coroar...
Natureza humana
Vinicius de Moraes
Cheguei. Sinto de novo a natureza
Longe do pandemônio da cidade
Aqui tudo tem mais felicidade
Tudo é cheio de santa singeleza
Vagueio pela múrmura leveza
Que deslumbra de verde e claridade
Mas nada. Resta vívida a saudade
Da cidade em bulício e febre acesa
Ante a perspectiva da partida
Sinto que me arranca algo da vida
Mas quero ir. E ponho-me a pensar
Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar.
Vinicius de Moraes
Cheguei. Sinto de novo a natureza
Longe do pandemônio da cidade
Aqui tudo tem mais felicidade
Tudo é cheio de santa singeleza
Vagueio pela múrmura leveza
Que deslumbra de verde e claridade
Mas nada. Resta vívida a saudade
Da cidade em bulício e febre acesa
Ante a perspectiva da partida
Sinto que me arranca algo da vida
Mas quero ir. E ponho-me a pensar
Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar.
23 de mar. de 2010
Circular
- Vou bem, obrigado – disse ele. – Mas o senhor não me conhece, eu é que o conheço. O senhor é escritor, escreve no jornal.
- É, eu sei, ninguém é perfeito, ha-ha.
- Eu leio sempre os seus escritos no jornal, gosto muito.
- Muito obrigado.
- Os livros eu não leio. Já tentei, mas não consegui.
- Nem eu. Só escrevi, nunca li.
- É interessante a pessoa conhecer um escritor pessoalmente. Ainda mais assim, na sala de espera de um psiquiatra. Nunca pensei em encontrar um escritor assim, na sala de um psiquiatra.
- Bem, eu não sou propriamente maluco.
- Eu sei, eu sei. São as neuras. Hoje em dia, ninguém escapa, a vida moderna é muito estressante. Mas eu pensava que o escritor dava vazão a isso em seus escritos, nunca imaginei… Eu achava que escritor, além de não trabalhar, também dava vazão as suas neuras escrevendo e botando tudo para fora. Para mim é uma surpresa.
João Ubaldo Ribeiro
21 de mar. de 2010
17 de mar. de 2010
Tenho
vontade de fechar o computador e ir pra rua...mas é que a rua depois de certa hora, é um esquema para iniciados... e minhas companhias de agora são tão caretas... não são ruins, entenda.são só caretas. e para algumas poucas e boas coisas da vida, há que se ter a companhia certa.mas tbém é que eu não estou nos meus melhores dias.
14 de mar. de 2010
13 de mar. de 2010
meio
que sempre foi assim; eu não sabia o que queria da vida, então eu estudava e passava de ano, e foi uma coisa que funcionou durante muito tempo, porque na minha familia este era um registro novo. e ao mesmo tempo me dava uma sensação de produtividade.só que hoje eu gostaria de ter a convicção de alguns colegas que acham o trio graduação/mestrado/doutorado um objetivo de vida. porque eu me sinto cada vez mais perdida e sem sentido.é que quando comecei, tudo isso fazia muito sentido... e agora percebo que na verdade isso é: "faltaderumo" super ligou e eu atendi. e pra quem tenta me consolar com argumentos bom-mocista-polyana. eu sempre digo que escola é uma coisa muito pau no cu. se não fosse, a pessoa "passaria de ano" no trabalho também. Sintetizando, trabalhar em casa, de short e camiseta, tem seu charme.pero es mui caro. mesmo sabendo que freela é o estado-perfeito-do-mundo. tipo a pessoa só paga se ficar muito phoda! senão o risco é seu. inclusive o charme de trabalhar de havaianas. e este post é só pra dizer que não me conformarei nunca com a falta de coerência do mundo. beijo/sucesso.
12 de mar. de 2010
10 de mar. de 2010
8 de mar. de 2010
E depois, a gente não se vê mais. Porque não temos tempo, porque moramos longe um do outro, porque temos um monte de trabalho. Por mil outros motivos.
Mas Marcelino e Renê se reviram
do livro Marcelino Pedregulho, de Sempé
6 de mar. de 2010
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro com ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky em cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro com ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?
Pássaro Azul, de Charles Bukowski
que quer sair
mas eu sou demasiado duro com ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky em cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro com ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?
Pássaro Azul, de Charles Bukowski
5 de mar. de 2010
3 de mar. de 2010
2 de mar. de 2010
Albert Camus
Não sabia que a liberdade não é uma recompensa, nem uma condecoração que se comemora com champagne. Nem, aliás, um presente, uma caixa de chocolates de dar água na boca. Oh, não, é um encargo, pelo contrário, e uma corrida de fundo, bem solitária, bem extenuante. Nada de champagne, nada de amigos que ergam sua taça, olhando-nos com ternura. Sozinhos numa sala sombria, sozinhos no banco dos réus, perante os juízes, e sozinhos para decidir, perante nós mesmos ou perante o julgamento dos outros. No final de toda liberdade, há uma sentença. É por isso que a liberdade é um fardo pesado, sobretudo quando se está com febre, cansado ou sem amor.
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