- Vou bem, obrigado – disse ele. – Mas o senhor não me conhece, eu é que o conheço. O senhor é escritor, escreve no jornal.
- É, eu sei, ninguém é perfeito, ha-ha.
- Eu leio sempre os seus escritos no jornal, gosto muito.
- Muito obrigado.
- Os livros eu não leio. Já tentei, mas não consegui.
- Nem eu. Só escrevi, nunca li.
- É interessante a pessoa conhecer um escritor pessoalmente. Ainda mais assim, na sala de espera de um psiquiatra. Nunca pensei em encontrar um escritor assim, na sala de um psiquiatra.
- Bem, eu não sou propriamente maluco.
- Eu sei, eu sei. São as neuras. Hoje em dia, ninguém escapa, a vida moderna é muito estressante. Mas eu pensava que o escritor dava vazão a isso em seus escritos, nunca imaginei… Eu achava que escritor, além de não trabalhar, também dava vazão as suas neuras escrevendo e botando tudo para fora. Para mim é uma surpresa.
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