O que me constitui como sujeito é minha pergunta. O que busco na fala é a resposta do outro. Definimo-nos e nos formamos pelo outro, pelo olhar e pela resposta do outro.[...] Sem a mediação da palavra, que nos possibilita ser reconhecido pelo outro, somos seres isolado, incomunicáveis, irreconhecíveis. Nessa estrutura de percepção, a possibilidade de nos fazermos reconhecer é conseguir que o outro seja tocado pela nossa palavra. [...] Perco-me se outro fica com ela e não me retorna. É preciso que me devolva a palavra mediante um sentido que me faça compreender que minha palavra o tocou e ele me reconheceu. Quando lanço minha palavra é a mim mesmo que lanço. Só ela pode trazer o reconhecimento que me nutre, que me constitui. Ela diz de mim, porque ela sou eu.
Eco (1997, p. 72)
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