“Pobre, feliz e independente! — tais coisas juntas são possíveis; pobre, feliz e escravo — isso também é possível, e eu não saberia dizer coisa melhor aos trabalhadores da escravidão fabril, supondo que não sintam como vergonhoso ser de tal forma usados, como se fossem parafusos de uma máquina e, digamos, tapa-buracos da inventividade humana. Ora, acreditar que um pagamento mais alto pode remover o essencial de sua miséria, isto é, sua servidão impessoal! Ora, convencer-se de que um aumento dessa impessoalidade, no interior do funcionamento maquinal de uma nova sociedade, pode tornar uma virtude a vergonha da escravidão! Ora, ter um preço pelo qual não se é mais uma pessoa, mas engrenagem! Serão vocês cúmplices da atual loucura das nações, que querem sobretudo produzir o máximo possível e tornar-se o mais ricas possível? Deveriam, isto sim, apresentar-lhes a contrapartida: as enormes somas de valor interior que são lançadas fora por um objetivo exterior! Mas onde está o seu valor interior, se nem sabem mais o que significa respirar livremente?”
Nietzsche, 1881, em “O Livro das Citações”
19 de jun. de 2009
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