Joga-se no sofá. Já não é mais um iceberg, é uma mulher sofrendo. Que triste. É mesmo muito triste assistir a um espetáculo de baixa estima como esse. Uma mulher tão bonita. Uma mulher que leu os sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido. Os sete. Uma mulher saudável. Capaz de amar imensamente. De escrever sonetos. Capaz de fazer pratos indianos. De gerar crianças perfeitas. De ficar comovida ao ler um verso de Elliot sobre o tempo. Capaz de conhecer várias versões sobre o que é o tempo e ter suas opiniões sobre o calendário gregoriano. De gozar sem precisar mexer no clitóris.
Pois é, Elisa é capaz de completar a São Silvestre fazendo um ótimo tempo, mas não consegue se amar por um só centésimo de segundo. E isso é triste o suficiente para fazer qualquer pessoa chorar.
É, talvez você, leitor, devesse estar chorando agora.”
Fernanda Young
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