14 de dez. de 2010

é isso mesmo, arnaldo. finde ano no trabalho...

Canção do Carcereiro
Jacques Prevért

Aonde vais belo carcereiro
Com essa chave manchada de sangue
Vou soltar aquela que amo
Se ainda for possível
E que tranquei
Ternamente cruelmente
No mais profundo do meu tormento
Nas mentiras do futuro
Nas bobagens das juras
Quero soltá-la
Quero que seja livre
Até para me esquecer
Até para ir-se embora
Até para voltar
E também para me amar
Ou para amar um outro
Se esse outro lhe agradar
E se ficar um dia sozinho
E ela só em idas
Guardarei sempre
Nas minhas duas mãos côncavas
Até o fim dos dias
A doçura dos seus seios modelados pelo amor.

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