18 de ago. de 2008

Feriado

Na viagem de feriado conheci um tiozinho fofo, que ficou horas comigo vendo o eclipse, fumando cigarro de palha e me explicando a relação entre as fases da lua e a época da plantação e da colheita. E daí que depois fiquei me questionando sobre o tempo que a gente perde estudando/aprendendo (engolindo) coisas e informações que na verdade não vão fazer a menor diferença para a humanidade (o que deveria sim ser critério para qquer coisa que se faça). E me constrangeu a simplicidade, a humildade sem subserviência, a paciência, a doçura, a sabedoria atemporal e principalmente a naturalidade com que aceita e compreende cada ciclo mínimo da vida, da natureza e das pessoas. E as minhas teorias sem sentido e sem razão ficaram tão longe de mim e daquele lugar. E hoje que é dia de dizer e fazer coisas que deveriam fazer sentido no mundo que eu vivo ficaram um pouco de lado e eu me vi mais interessada se as nuvens davam indícios de chuva ou de frio/seco; não prá saber se levava ou não o agasalho na bolsa, mas sim para me preparar e pegar o melhor ângulo pra ver o sol se pôr na lagoa. O duro é que tenho certeza que ele nem vai querer saber se morfologia e sintaxe são lados de uma mesma questão. Ou melhor, é preferível que ele nunca saiba que tem gente que mora sua vida em torno deste tema. Melhor não, a vida tem mais poesia com café e cigarro de palha ao pôr do sol, sem estética contemporânea...

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